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Houellebecq interrompe a promoção de seu polêmico romance sobre o Islã

O escritor, que aparece na última capa de 'Charlie Hebdo', deixa Paris

Houellebecq em 5 de novembro último.
Houellebecq em 5 de novembro último.MIGUEL MEDINA (AFP)

O escritor Michel Houellebecq, protagonista da capa e de várias vinhetas na última edição do semanário satírico Charlie Hebdo, em cuja sede foram assassinadas 12 pessoas na quarta-feira, interrompeu a promoção de seu mais recente romance e saiu de Paris.

Quarta-feira também era o dia previsto para que as livrarias começassem a vender Soumission (Submissão, inédito no Brasil), seu último e mais uma vez controverso romance, no qual a reflexão espiritual e política sobre o Islã ocupa uma posição de liderança.

De acordo com a rádio France Info, Houellebecq explicará sua decisão sexta-feira, em uma entrevista previamente gravada no Canal Plus.

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O ponto alto da promoção Soumission tinha sido planejado há meses para este 7 de janeiro, embora nas redes sociais há dias circulassem diferentes versões do romance, a original e algumas parcialmente apócrifas.

Em seu livro, Houellebecq explora a crescente necessidade de espiritualidade que disse detectar entre seus contemporâneos e nele mesmo, e apresenta a possibilidade de que um partido muçulmano moderado chegue ao poder na França em 2022, depois de um segundo mandato do socialista François Hollande.

Na última página de sua última edição, Charlie Hebdo destacava, entre outros desenhos nos quais o autor era protagonista, uma em que aparecia sua caricatura com o texto “Escândalo! Alá criou Houellebecq à sua própria imagem!”.

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